quarta-feira, 7 de março de 2012

Devaneio?





Por que hei de dizer-te em verdade o que achas mentira? Por que hei de mentir-te sem nunca tê-lo feito de fato? Por que dizerdes o óbvio se as palavras o corrompem à malícia? Por que torna tudo tão complicado, quando, nem todas as gotas da garoa tem o mesmo calor? Já sentiu, pois, o vento de todos os mares? Então, por que dizes que o benefício egoísta é o primórdio do beijo? Não confias no honesto que lhe fala? Não vês tu, o brilho da aurora no olhar do próximo, vês? Vês? Então, por favor, me dizes, por que se digo da chama, a extingue mais e mais até a última lágrima de lenha?

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