quinta-feira, 8 de março de 2012

Linha de tempo


Ah, Aline, há muito o que dizer, pois você concretizou minha existência de tal forma, que pude me sentir completo passeando pelas calçadas de Londrina ao seu lado, e vigiando o Campus decorado com corujas de coloração vermelha (graças, descobrimos  depois, à terra). Nosso encontro foi um imprevisível premeditado, muito embora, não acreditássemos que algo tão, tão… incomum, fosse acontecer.
Sabe, você não apenas me deixou lembranças intactas para serem lembradas ao resto de minha vida, mas também faz-se presente e além disso, um futuro próximo. Pois é, “Menina com uma flor”, você fechou-me nesses três estados de tempo e, indo mais além, todas as vezes que eu ler algo de Vinicius de Moraes, como você me pediu lembrarei de sua face e teu abraço e teu jeito, que ainda é de menina, menina de semblante inteligênte.
Aline, você foi minha real companhia, minha melhor amiga e mais do que isso. Me ensinou como viver de maneira tão divertida, algo tão sério. Pegarei caronas ao seu lado quando aquele (este) futuro proximo chegar, só para não gastar com passes ou passagens. Vai enjoar de mim nos almoços baratos, porque vai ter que me aguentar um bom tempo até que tudo, por algum motivo, se modifique. Tão logo, prepare-se para mais conversas longas como a qual tivemos e, é claro, prepare-se para rir de minha juventude, pois a farei rir, novamente, com a frequência dos ventos. Não sabe – e eu não consiguirei transmitir aqui – minha gratidão por você, fazendo um verdadeiro papel de irmã mais velha para mim e… espero ter conseguido fazer-me um bom amigo para você.
Cervejas, cigarros, rock’n roll, poesia, ideais, chocolate, flor e água (hahahaha) são seus componentes. É sério, já tentei te clonar em casa, mas faltou alguma coisa e desconfio que seja uma conjuração com sua voz murmurante, noturna. Existe um livro em você, deve ser por isso que segurei por todos os lados como faço com os meus, por aqui, na minha (ainda) pacata vida interiorana repleta de tranquilidade e comodidade.
É, sim. Ainda posso escutar sua voz me perguntando os rumos que deveríamos seguir como tanto fez, se importando se eu iria gostar ou não mesmo eu insistindo que te seguiria não importasse onde levaria, desde que me levasse a algum lugar. Vou, enfim, depois de tanto, perdurar sua existência de maneira suspensa em minha mente e coração, pois, você me fez o vestibulando, adolescente, leitor mais feliz de toda Londrina ao que começou a conversar comigo no Beco, o qual por magnífica coincidência, você inventou de ir, justo quando eu visitaria o lugar.
Como eu gostaria de falar mais, como eu gostaria de transmitir em inúmeras palavras cada segundo das vinte e quatro horas que passamos juntos. Mas só me resta de agradecer. Obrigado, Aline, obrigado por me fazer alguém diferente, obrigado por me fazer crescer tanto em tão pouco tempo. Obrigado por você existir e querer estar comigo por todo aquele tempo. Obrigado por ser uma linha de tempo em minha vida, um desvio na linha do trem, uma chuva no tempo de seca, uma montanha aos olhos de um pintor, Aline… Não consigo pensar em mais metáforas que descrevam o quão incrível você foi, é e será para mim…
Então, te deixo aqui com o pouco que consigo transmitir e por favor, escreva-me versos seus para que eu possa guardar na minha caixa de Pandora e juro, juro que ninguém irá roubá-la de mim em versos, em vida, em… em Aline.

Klaus Castagnotto 1/11/11

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