Eu
te amo,
Mas
que talvez, não a ame pela eternidade.
Acredite,
os deuses me concederam o dom de amar fortemente
Num
lampejo outonal,
Como
que se anualmente me fosse dada a flecha dos grandes.
Mas
que eu te beije com a doçura dos ventos em aurora boreal
Porque
te amo, simplesmente pelo alvorecer de nossas almas
Num
beijo que indubitavelmente deveria ser meu e seu e de mais ninguém
E
é por isso que te amo do fundo dos olhos negros de Adão,
A
contemplar por fim, o fruto do bem e mal, numa tempestade de outono.
E
não te amarei para sempre, naquele reflexo da terra, gravado e profundo
Numa
cratera, que, porém, como eu, faz-se por ali sem instantes perpétuos
Mas
repentinos e lustrosos, ofuscantes como seus olhos de fogos-fátuos
E
que não chore a me ver, como chuva em terrenos belos.
Foi
escrito que devo partir à milhares de primaveras
Numa
tempestade de outono.
E
que nunca venha atrás socorrer-me da divina promessa,
Que
um dia, acharei meu lugar, pois há eras atrás
Mantive-me
no trono reliquial, sedento, da aura
Da
morte da inocência, que me aventurava em dia único de outubro
E
me foi dado o cálice da luz angelical, para amar e somente te amar
Em
aroma que já se faz dissolver pétalas de neve e aquecer,
E
a provocar um Eu te amo num estrondo ecoante.
E
é anunciada a primavera, então devo eu arremessar e nunca
Deixar
esquecer que foi uma verdadeira eternidade repentina
De
uma tempestade de outono.
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