terça-feira, 13 de março de 2012

Não mais agora.


“...E te amo, e te amo, e te amo, e te amo...”
– Vinicius de Moraes, O Mergulhador.

Por mais que agora tudo te aborrece o que digo
Talvez haja poesia que não te recite,
Mas que talvez você acredite no doce amigo –agora-,
Que te fala na doce voz, de frases versadas

E que muito não volte a sentir,
Pois dizer de boca éramos calados,
Fadados a transmitir aquilo com olhos – e agora -,
Te enamorar com próprios amores estarrecidos

Atracados numa baía tranqüila de seu colchão na sala
E vigiarmos loucos, loucos, loucos de beijinho
Você fugindo para todos os lados – mas agora –
Lembrar, em todo caso, de toda infância inventada.

E não há chance de proclamar em sobriedade
A idade já escapa meus olhos
E tudo foi-se de menino – agora pouco-,

E surpreendentemente te dizer, mais que insano,
Sob a vontade de te pegar em qualquer lado da casa
E gritar para o mundo todo que te amo, e te amo, e te amo, e te amo...

- não mais agora...- 

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