quarta-feira, 7 de março de 2012

À Júlia


A princípio que surja a impressão de que se nada fundo naqueles olhos verdes,
Para ter certeza de que ela existirá além do limiar da pluma. E que se navegue
Com intranquilidade se o beijo de despedida perdure por mais de dois dias de ausência.
Ah, e se os céus se tornarem menos interessantes, é porque existe algo no orvalho
Da floresta que remete a lembranças recentes, de estar envolvido por aquele beijo
Cuja maciez é como a brisa de um leque.
Entretanto, a sua fala não absolva a realidade, é permitido que se abrace a fragilidade
Que a maior das borboletas possui enquanto bate asas sem sair do lugar, e se tenha
A percepção de perda como a lágrima que se esvai do rosto sem o gesto de carícia.
É preciso sentir que enquanto a tem envolta pelos braços, se é aquecido pelo corredor
De velas num Templo católico num inverno fora da estação.
E naquele sabor de sua boca, que não revele-se muito mais que uma mordida numa
Maçã pelo tempo que, de olhos fechados pelo hiato, a beija. E aqueles olhos fechados
Que buscam o exato momento circunstancial demonstram sinceridade.
Súbito que haja a ideia de esquecimento e se escreva uma poesia com 
Definições do Universo de mesmas incógnitas leis e de mesmo fim indefinido.

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